TRATAMENTO HOMEOPÁTICO DE DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL POR INCOMPATIBILIDADE MATERNO-FETAL AB0 GRAVE: RELATO DE CASO

Adriane E.G. Gaete, Larissa H Santana, Marilia da C Fagundes, Roberto Pinotti

Resumo


A doença hemolítica perinatal (DHPN) por incompatibilidade materno-fetal AB0ocorre quando a mãe – tipo sanguíneo 0 – produz anticorpos IgG contra hemácias do feto – tipo sanguíneo A ou B –, o que resulta em hemólise e pode levar a anemia fetal e DHPN [1,2]. Em populações caucasianas, aproximadamente, 20% das gestações têm incompatibilidade AB0, mas apenas a minoria resulta em DHPN [1]. Diferente da incompatibilidade Rh, a AB0não é detectada mediante o teste de Coombs; o diagnóstico baseia-se na icterícia neonatal e em evidências laboratoriais de hemólise após o nascimento: anemia, aumento de reticulócitos, bilirrubina direta (BD) >1,5mg/dL e bilirrubina indireta (BI) >1,3mg/dL [2,3]. O tratamento de casos graves (bilirrubina total – BT ≥ 25mg/dL), que podem levar a kernicterus, é fototerapia associada a exanguíneotransfusão [1, 3-5]. Metodologia: Caso de neonato feminina, 7 dias de vida, admitida em UTI por anemia (VG= 36%), icterícia e aumento de bilirrubinas (BT= 27,2mg/dL e BI= 25mg/dL), com diagnóstico de DHPN grave por incompatibilidade AB0. É prescrita fototerapia e exanguíneotransfusão, mas a família não consente, devido a crenças religiosas (Testemunhas de Jeová). Conduta homeopática foi Aconitum napellus 30cH (3 gotas de 1 em 1 hora), com início às 22h30 no dia da admissão (03/09/91) e durante 2 dias. Em 04/09, às 04h30, a criança foi liberada da UTI. Em 05/09, foi prescrito Acon 40cH (4 gotas de 30 em 30 minutos), durante 1 dia. Resultados: Em acompanhamento clínico, 8 horas após início do tratamento homeopático associado a fototerapia, a BT estava em 15,8mg/dL e a BIem 15,5mg/dL. 6 dias após a admissão, BT= 1,08mg/dL e BI= 0,28mg/dL. Criança com posterior desenvolvimento psicomotor e social sem sequelas, mesmo sem uso da exanguíneotransfusão. Conclusões: O tratamento homeopático, ao que tudo indica, teve grande valia na reversão do quadro da DHPN grave e na prevenção do kernicterus no caso apresentado. Não foi feita exanguíneotransfusão, mas a criança apresentou boa evolução clínica, com queda dos níveis de bilirrubinas em poucas horas.

Texto completo:

PDF


Direitos autorais 2015 Adriane E.G. Gaete, Larissa H Santana, Marilia da C Fagundes, Roberto Pinotti

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.


ISSN: 2175-3105